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MÍDIA: internet | VEÍCULO: JB Online | DATA: 17/02/2006 | CADERNO: | PÁGINA:

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Medo, comportamento e sociabilidade

Notícia
A guerra pelo controle do tráfico de drogas na Rocinha, iniciada às 18h30 de quarta-feira, só terminou por volta das 7h de ontem. No rastro das mais de dez horas de confronto entre quadrilhas rivais, cinco moradores da comunidade e um bandido mortos, oito pessoas feridas, 14 traficantes presos, um suspeito detido, o comércio no local fechado e medo e terror disseminados por bairros vizinhos à maior favela da América Latina. Pela terceira vez em menos de um ano, moradores da Rocinha, da Gávea e de São Conrado, reféns do cotidiano de violência na cidade, assistiram a cenas de uma guerra civil. Do momento da invasão, detalhada num mapa apreendido pela polícia em uma calça largada por um dos bandidos, até a fuga desesperada, cerca de 40 traficantes de quatro favelas rivais impuseram o terror. Todos vestidos de preto, pintura de carvão no rosto e armados com fuzis, pistolas e granadas. Para quem mora na favela, silêncio e medo marcaram o fim da noite e toda a madrugada, em grande parte dela às escuras depois que os bandidos explodiram um transformador de energia. Muitos sequer dormiram em casa, impedidos de subir. Aos moradores dos bairros vizinhos, o exílio em casa já não parece ser suficiente. Desesperados, traficantes em fuga aterrorizaram algumas pessoas no Alto Leblon. Um bando invadiu um edifício na Sambaíba, onde o administrador de condomínio X., 42 anos, e dois funcionários passaram duas horas nas mãos dos bandidos. Eles, diversas vezes, ameaçaram queimar X. vivo.

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