Fonte
MÍDIA: jornal | VEÍCULO: O Globo | DATA: | CADERNO: Rio | PÁGINA: 14

Temas
Medo, comportamento e sociabilidade Políticas públicas de segurança

Notícia
Reassentamento, realocação, desocupação, transferência. A partir dos anos 80, essas palavras passaram a ser usadas para substituir uma política pública que muitos não ousam mais cogitar: a remoção de favelas, estigmatizada como uma prática autoritária do passado. Embora ressaltem que a prioridade de suas administrações é a criação de moradias populares, o prefeito Eduardo Paes e o vicegovernador Luiz Fernando Pezão, no entanto, não encaram o tema remoção como tabu e defendem o
debate.
(…)
— Tem alguns locais onde dá para se urbanizar, levar escola, cultura. Há outros em que você tem de remover. Em Manguinhos, às margens do Canal do Cunha, estou removendo as favelas Chiqueirinho 1 e 2. São 300 barracos. Indenizaremos ou levaremos essas pessoas para um terreno que vamos comprar. No local faremos uma via, que será ligada à Avenida Brasil. Eu me sinto
envergonhado ao ver uma favela como o Chiqueirinho a 20 minutos da Zona Sul— diz Pezão.
(…)
— Não fossem as antigas remoções, teríamos não só a Lagoa, mas a maior parte da Zona Sul tomada por favelas e insegurança. Faltou algo básico para as iniciativas terem dado certo: educação patrimonial ao povo, que não cuidou dos imóveis que recebeu. Para uma política como essa funcionar é preciso ainda que os moradores tenham acesso a transporte de massa e a serviços essenciais como água e esgoto —diz Liana.[Liana Rosemberg, professora da Faculdade de Educação da Uerj e especialista em urbanismo]

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