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MÍDIA: jornal | VEÍCULO: O GLOBO | DATA: 23/07/2004 | CADERNO: Opinião | PÁGINA: 7

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Índices sociais Índices de violência

Notícia
Segundo dados oficiais, a criminalidade aumentou em praticamente todos os estados. Tomando como exemplo o total de roubos entre 2001 e 2002, o aumento é significativo: Rio (+18%), Espírito Santo (+82%), Minas (+85%) e até a pacata Santa Catarina (+12%). Entre 1991 e 2002, o Rio de Janeiro teve aumento em todos os tipos de crimes: não-letais contra a vida (+173%), violentos (+125%) e não-violentos contra o patrimônio (+27%). Embora o número de homicídios tenha diminuído (-8,5%), ele ainda representa, em números absolutos, um contexto de guerra civil, com suas 6.624 vítimas só em 2003.
A análise mostra o recrudescimento da violência a partir de 1998, ano em que vários indicadores apontaram crescimento. Entre 1998 e 2002 a variação é impressionante: furtos (+107%), roubos (+43%), crimes não-letais (+53%) e homicídios (+20%). Enquanto no período 1991-1997 o número de roubos cresceu 31%, no período 1998-2002 o aumento foi de 107%, o mesmo valendo para a maioria dos demais crimes.
Na outra ponta, contrastando com nossa idéia de que “as autoridades não fazem nada”, cresceu também a repressão. Entre 1998 e 2003, aumentaram as apreensões de armas (+570%) e de drogas (+210%), além do número de civis mortos pela polícia em “resistência à prisão” (+236%). De 1997 a 2003 o efetivo da Polícia Militar ficou 45% maior, com o ingresso de mais 17 mil policiais. Entretanto, o número de prisões diminuiu entre 2001 e 2003 (-31%), numa aparente contradição.
Em 2003, no estado, para 44 policiais militares mortos em serviço, 1.195 civis perderam a vida, numa proporção de 27 civis mortos para cada policial, o que coloca a polícia do Rio como a segunda mais letal do Brasil.

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