Autor
Gustavo Jasmim de Matos – Estudante de Graduação UFF
Orientadora
Profª Drª Sônia Maria Taddei Ferraz
Evento
– 13º Seminário de Iniciação Científica e Prêmio UFF Vasconcellos Torres de Ciência e Tecnologia – nov. de 2003
Premiação Trabalho Premiado: 2º lugar na área de Ciências Sociais Aplicadas
Resumo
O trabalho é um desdobramento de reflexões sobre a “Arquitetura da Violência”, pesquisa financiada pela FAPERJ-2000, desenvolvida no Depto. de Arquitetura, na perspectiva de conhecer e entender as relações de articulação entre o redesenho do quadro da proteção arquitetônica habitacional identificada e o quadro da segurança global, internacional.
Trata-se de perceber o mercado de equipamentos e serviços da segurança e proteção patrimonial nas cidades brasileiras como um reflexo local de estratégias globais de segurança, a partir da afirmação de Ianni: “…tudo que é local, nacional, regional recebe o impacto da transnacionalização.” Parece a mesma a lógica que alimenta a privatização e a terceirização dos contingentes de guerra americanos no Golfo ou no Iraque, e seu armamento, ou a segurança privada nas cidades pesquisadas, como afirma Deutscher: “A base tecnológica da sociedade moderna, sua estrutura e seus conflitos têm caráter internacional ou mesmo universal e tendem a soluções internacionais ou universais.”
Com a crescente sensação de insegurança e do medo da violência, além do consumo de elementos de proteção incorporados à arquitetura, como muros, grades, arames farpados, guaritas etc., o uso de serviços de segurança particular torna-se cada vez maior, como uma espécie de polícia privada, que além de não contar com qualificação especializada, é regulada pelos interesses do lucro privado e, sem poder legal de polícia, se exime de qualquer concernimento social.
A análise proposta tem também como objetivo a ampliação das reflexões que envolvem a construção da arquitetura e das cidades, extrapolando os limites da prática profissional estrita e apontando para a necessidade de articulação do trabalho do arquiteto com outros campos de conhecimento.
Pesquisa financiada pela FAPERJ -Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro