Autora
Profª Drª Sônia Maria Taddei Ferraz
Co-autores
Liebert Bernardo Rodrigues Ferreira Pinto – Bolsista de Iniciação Científica FAPERJ
Nicolle Peres Cardoso – Bolsista de Iniciação Científica PROPPi/UFF
Evento
– II Congresso Internacional do Núcleo de Estudos das Américas – Sistemas de Poder, Pluriculturalidade e Integração – Rio de Janeiro, 20-24 de setembro de 2010

Resumo

No quadro dos conflitos sociais pelo direito à cidade e a recorrente superposição entre políticas de segurança das elites e desrespeito aos direitos das classes pobres e miseráveis à cidade, o objetivo neste trabalho é analisar o cercamento das favelas cariocas e a concomitante instalação de postos de polícia pacificadora – as UPPs, nos anos de 2009 e 2010. O noticiário jornalístico anuncia essas medidas como planejamento do espaço urbano, proteção ambiental, combate à criminalidade e embelezamento da cidade, as aproximando da limpeza urbana aplicada nas cidades do Terceiro Mundo em preparação para grandes eventos internacionais. A aproximação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 é, portanto, a legitimação necessária para, através da “guetificação”, confinar e controlar a população favelada, recolocando as favelas numa “situação panóptica”. Conclusivamente, como afirma M. Davis, “o ritmo acelerado da (…) limpeza de áreas urbanas no mundo inteiro é o último estágio alcançado pelo inveterado conflito entre ricos e pobres pelo direito à cidade”, o que nos aponta um futuro desolador, na medida em que as análises das repercussões dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e da Copa do Mundo de 2010 já revelaram que, os investimentos maciços para viabilização destes acontecimentos não foram capazes de minorar a exclusão econômica, mas acentuaram a invisibilidade da pobreza aos olhos do mundo.
Pesquisa financiada pela FAPERJ -Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro

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