Autora
Profª Drª Sônia Maria Taddei Ferraz
Co-autores
Liebert Bernardo Rodrigues Ferreira Pinto – Bolsista de Iniciação Científica FAPERJ
Nicolle Peres Cardoso – Bolsista de Iniciação Científica PROPPi/UFF
Evento
– XIV Encontro Nacional da ANPUR – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional – Rio de Janeiro, 23-27 de maio de 2011
Resumo
Fuzis, tanques de guerra e soldados de cara pintada invadindo a favela foram imagens massivamente exploradas no noticiário sobre o Rio de Janeiro durante o processo de implantação de UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora, em novembro de 2010. As ações da polícia e do Exército como políticas públicas de segurança são, entretanto, ações recorrentes do poder público na cidade. As análises dos sucessivos acontecimentos de combate à violência nas favelas cariocas apontam que os rituais de pacificação dos morros cariocas e a presença das armas são sempre os referentes centrais. Seja para criminalizar os favelados, seja para revelar que estão sendo combatidos, dominados e controlados. As comparações, através dos conjuntos fotográficos de diversos jornais, entre acontecimentos subseqüentes, como Operação Rio em 1994/95 e a implantação de UPPs em 2010, torna possível perceber a repetição das estratégias de espetacularização da “pacificação” que, como resultado final, antes de tudo, muda de mãos as armas: dos supostos criminosos/traficantes para o Exército e a Polícia. Essa análise se desdobra, finalmente, na seguinte questão: que novo lugar é a favela carioca, depois de desencadeado o amplo e espetacular noticiário que tematiza e retematiza, na “guerra”, a sua pacificação?
Pesquisa financiada pela FAPERJ -Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro