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MÍDIA: jornal | VEÍCULO: Folha de São Paulo | DATA: 10/02/2002 | CADERNO: Cotidiano | PÁGINA:

Temas
Medidas de segurança
Medo, comportamento e sociabilidade

Notícia
Portas blindadas, câmeras e ônibus rastreado por satélite estão entre as medidas adotadas por escolas de SP.(…) Entre as diversas medidas adotadas por escolas dirigidas à classe média estão os cuidados com a chegada e a saída dos estudantes, a instalação de câmeras de vídeo voltadas para a rua e a contratação de empresas de segurança para vigiar não só as entradas, mas também os quarteirões vizinhos.(…) Algumas chegam até mesmo a ter sua frota de ônibus rastreada por satélite. É o caso dos colégios Dante Alighieri e Palmares. Os 34 ônibus do Dante que fazem o transporte escolar são monitorados, desde o final de 2000, por uma empresa de tecnologia de segurança israelense. “É uma iniciativa que proporciona tranquilidade. Por isso vale o investimento”, afirma Marcos Toscana, gerente-geral do Palmares, que tem seis ônibus rastreados via satélite. O serviço foi implantado há cerca de um ano. Os sistemas podem dar a exata localização e bloquear o motor do ônibus, a partir do acionamento do alarme instalado no veículo. A maior parte das escolas ouvidas pela Folha investiu também na vigilância dos arredores. Com seguranças a até dois quarteirões de distância, o Mater Dei pretende proteger os pais que aguardam a saída dos filhos. “Se não houvesse seguranças nas imediações das escolas, o número de assaltos às mães que ficam no carro aguardando a hora da saída dos filhos seria muito grande”, afirma Sylvio Gomide, diretor. (…) Uma das empresas que mais atendem colégios de ensino fundamental, a Septem Vigilância, faz a segurança para cerca de 20 escolas no Estado de São Paulo. Para Emerson Alfonso, gerente de operações da empresa, foi nos últimos cinco anos que mais aumentou a demanda por parte das escolas. “Antes, o trabalho era feito pelos próprios funcionários.” Um dos colégios mais tradicionais de São Paulo, o Bandeirantes, contratou seus dois primeiros seguranças para fazer a vigilância externa há 20 anos. Hoje são dez.Há um ano começou a funcionar o sistema interno de câmeras e uma central de controle, com paredes, porta e vidro blindados, de onde o segurança pode ver o que se passa no interior da escola. (…) Para Paulo Henrique Camargo, diretor-geral do Colégio Rio Branco, as medidas de segurança numa escola têm que ser eficientes, mas também discretas. “Não podemos converter a escola numa prisão”, concorda Rodolfo Stormer, diretor do Colégio Humboldt. Segundo estatísticas oficiais, o sequestro de estudantes de até 15 anos é raro. Segundo os registros da Deas (Delegacia Anti-Sequestro) de São Paulo, houve apenas um ou dois casos na movimentação de saída e chegada de alunos nas escolas nos últimos anos.

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