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MÍDIA: internet | VEÍCULO: Globo.com | DATA: 10/06/2005 | CADERNO: Globo Repórter | PÁGINA:
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Medo, comportamento e sociabilidade
Notícia
Existem lugares em que o risco de ser assassinado é 12 vezes maior do que em Maringá, no interior do Paraná. Na cidade, para cada grupo de 100 mil habitantes, ocorrem menos de oito homicídios. É o menor índice do país, se forem considerados só os municípios brasileiros com mais de 300 mil habitantes. (…) Mas Maringá não conquistou a fama de cidade segura por acaso. Lá, segurança virou quase uma obsessão. Um assunto discutido por pequenos comerciantes, empresários, sindicalistas, moradores e policiais, que se sentam à mesa, pelo menos, uma vez por mês. “Quando se fala em segurança, é fácil, porque todo mundo quer viver em uma cidade tranqüila. Então, há um envolvimento, principalmente financeiro”, comenta o presidente da Associação Comercial e Empresarial, Ariovaldo Costa Paulo. A comunidade comprou carros novos para a polícia, pagou pela reforma do batalhão e hoje banca o treinamento de policiais. A cidade ganhou também uma central que recebe chamadas e denúncias todo dia e que custou R$ 190 mil. “Se não fosse o apoio da comunidade, não seria possível”, ressalta o capitão da Polícia Militar José da Silva Neto. (…) E um outro tipo de violência faz vítimas em Maringá. O número de mortes no trânsito é quatro vezes maior do que número de homicídios. “A cidade cresceu nos últimos dez anos, mas o efetivo policial é o mesmo”, ressalta Milton Tassinari, coordenador do projeto Parceiros do Trânsito. Na falta de policiais, cidadãos comuns entraram em ação. São os Parceiros do Trânsito, que ficam de olho em tudo o que acontece de errado. Eles anotam a placa do carro e mandam o bloquinho para a Secretaria de Trânsito. Dentro de alguns dias, o motorista infrator recebe uma notificação pelo correio. Não é multa – é só um puxão de orelha da Guarda Municipal.