Fonte
MÍDIA: internet | VEÍCULO: Globo.com | DATA: 10/06/2005 | CADERNO: Globo Repórter | PÁGINA:
Temas
Condomínio fechado
Medo, comportamento e sociabilidade
Notícia
Para chegar às cidades mais seguras do país, há que se rodar centenas de quilômetros, rumo ao interior. O mapa da violência urbana deixa de fora muitos lugares de vida pacata, em um Brasil distante. São municípios que não sofrem com as proporções alarmantes da criminalidade, o mal de nossas grandes capitais. (…) Em São Paulo, para cada grupo de 100 mil habitantes, 47 são assassinados. É um número parecido com o do Rio de Janeiro: quase 48 homicídios para cada grupo de 100 mil moradores. Em Belo Horizonte, esse número cresce para 48,6. E, no Recife, é ainda maior: 66,38, bem mais do que a média do país, que é de 36 assassinatos para cada grupo de 100 mil brasileiros. (…)Petrópolis tem pouco mais de 300 mil habitantes. Mas a população aumenta nos fins de semana, com a chegada de muita gente que mora no Rio. Era o caso de Regina e Luís Fiães e do filho deles, Augusto, que há 15 anos deixaram o Rio de vez. “Eu cortei completamente a minha ligação com o Rio de Janeiro. Quando eu preciso de alguma coisa que não tem aqui, vou para Juiz de Fora em vez de ir para o Rio”, conta a aposentada Regina. (…) Duque de Caxias carrega a marca de ser a sexta cidade mais violenta do país, mas também ostenta o título de sexto município mais rico. Em parte, pela produção da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), uma das maiores do Brasil – símbolo da riqueza do petróleo em meio aos bairros pobres que crescem na Baixada. (…) Aposentados, Regina e Luiz puderam optar pelo sossego da serra, em um condomínio fechado e vigiado por seguranças particulares, de onde o casal não gosta muito de sair. “Não é uma ilha de segurança, por causa da proximidade do Rio, mas eu acho melhor do que lá. Por enquanto, aqui não tem bala perdida, graças a Deus”, conclui Luiz.