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MÍDIA: revista | VEÍCULO: Veja | DATA: 13/06/2001 | CADERNO: | PÁGINA:
Temas
Morar com medo
Medo, comportamento e sociabilidade
Medo como mercadoria
Notícia
Nem TV de última geração nem sala de ginástica. Numa cidade grande, não existe conforto maior do que saber que se está morando numa casa totalmente à prova de bandido. (…) Um exemplo são as casas blindadas e reforçadas com sofisticados equipamentos de vigilância. São fortalezas domésticas dotadas de chapas de aço ou fibras especiais que tornam o teto e as paredes resistentes a bala. (…) Uma residência dessas conta com sistema de segurança comparável ao de um presídio. A diferença é que os bandidos ficam do lado de fora. Tem câmaras de vídeo inteligentes que tocam um alarme quando aparece alguém na imagem, sensores de infravermelho, campos eletromagnéticos e tudo o que existe de mais moderno no ramo. Para residir em segurança máxima paga-se, no mínimo, a bagatela de 3 milhões de reais. (…) No Brasil, há três empresas que trabalham com blindagem de residências. Em apenas uma delas são feitos, em média, quinze projetos de casas blindadas por mês. É um mercado que vem crescendo 40% ao ano. (…) Em alguns casos, o projeto inclui também a chamada célula de sobrevivência. (…) Ele funciona como um bunker dentro de casa. (…) A porta reforçada, o item mais importante num cômodo como esse, custa 2 000 reais, no modelo mais simples, mas pode chegar a 24 000 reais. O preço parece assustar bem menos do que bandido. Em seis anos no mercado, o fabricante já vendeu 36 000 dessas portas. A montagem de um quarto desse tipo pode ultrapassar os 30 000 reais.