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MÍDIA: Revista | VEÍCULO: Época | DATA: 08/01/2007 | CADERNO: Segurança | PÁGINA:
Temas
Violência e medo
Morar com medo
Sensação de insegurança
Medidas de segurança
Medo, comportamento e sociabilidade
Notícia
Um dos efeitos mais cruéis da onda de crimes é o medo que se espalha entre as pessoas. Disso não escapa nem quem jamais foi vítima de criminosos.(…)
O engenheiro Rodrigo Corbera, de 36 anos, de Campinas, maior cidade do interior de São Paulo, conta que sua mulher, Carla, de 32, morre de medo de sofrer um seqüestro-relâmpago junto com o filho, nascido há seis meses. Para que Carla se sentisse mais segura, Corbera diz que eles decidiram instalar programas especiais em seus telefones celulares. Os softwares, que custam em torno de R$ 20 por mês, permitem que cada um monitore o outro, em tempo real, pelo próprio celular ou pela internet. “O fato de a gente poder se localizar a qualquer momento nos dá uma sensação de que estamos mais seguros”, afirma Corbera. “Quando nosso filho crescer e tiver de sair ou ficar em casa sozinho, isso vai ser muito útil.(…)”
A empresária Solange Lino, de 47 anos, dona de uma construtora e presidente da seção pernambucana do Secovi, a entidade que reúne as empresas do ramo, conta que o medo da violência também afeta de forma dramática a vida de sua família. Ela diz que, no ano 2000, resolveu deixar sua casa de 400 metros quadrados em Jaboatão dos Guararapes, (…) por causa da questão da segurança. Foi morar num apartamento duplex de 200 metros quadrados, no mesmo bairro, na região metropolitana do Recife. A casa tinha, segundo ela, sistema eletrônico de vigilância, sensor nos muros e um pastor alemão. Solange afirma que chegou até a contratar um segurança para tomar conta do imóvel. “Nada disso acabou com meu estresse e minha sensação de insegurança”, diz. “Abrimos mão de morar numa casa, porque sentimos que estávamos vulneráveis. À noite, se a gente ouvia qualquer barulhinho, já imaginava que era algum ladrão tentando entrar.”(…)