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MÍDIA: Jornal | VEÍCULO: Folha de São Paulo | DATA: 18/02/2001 | CADERNO: |

Temas
Sensação de insegurança Medo, comportamento e sociabilidade

Notícia
(…)Empresas nacionais, públicas e privadas, e até mesmo multinacionais são obrigadas não só a conviver com traficantes à sua volta, como, muitas vezes, não vêem outra alternativa se não fechar “acordos de paz” na tentativa de assegurar a sobrevivência de seu negócio e de seus funcionários. (…) Cercados por favelas e conjuntos miseráveis e descrentes da eficácia da polícia e do Estado, essas empresas foram se rendendo, ao longo das últimas duas décadas, e muitas delas são hoje reféns de quadrilhas que não apenas controlam o comércio de drogas, mas exercem de fato os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nas áreas que dominam. O caminho que as empresas privadas encontraram para garantir o mínimo de segurança a seus funcionários e negócios é o mesmo das que prestam serviços públicos ou das entidades religiosas que têm de entrar ou se estabelecer nas áreas ocupadas: buscar o entendimento com o tráfico. (…)
A paz provisória tem sempre um preço. Muitas vezes as empresas são obrigadas a empregar moradores do local ou a fazer obras sociais, o que pode ser considerado o lado positivo dessa relação delituosa. Mas frequentemente o preço é mesmo o pedágio, o pagamento de proteção, como ocorre em várias cidades do mundo onde o crime organizado têm força.O governo do Rio informa que é procurado por empresas incomodadas com esta situação de constrangimento e tenta ajudá-las, mas não admite a possibilidade desses acordos com o tráfico.(…)

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