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MÍDIA: jornal | VEÍCULO: Folha de São Paulo | DATA: 16/03/2005 | CADERNO: Dinheiro | PÁGINA:
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Índices sociais
Índices de renda
Notícia
O Estado de São Paulo, com 22,3% da população brasileira, responde por quase um terço (32,6%) das despesas básicas e supérfluas e com o pagamento de impostos diretos do país. Em todo o Brasil, esses gastos atingiram R$ 62,7 bilhões a cada mês em 2002.
Novos dados sobre a concentração do potencial de consumo nacional e sobre os gastos do brasileiro, assim como exemplos da desigualdade socioeconômica, foram apresentados ontem.
Da análise de 11 milhões de dados conclui-se, por exemplo, que a família paulistana da classe A (renda superior a 30 salários mínimos ao mês) gasta em festas e cerimônias uma quantia equivalente ao consumo de arroz, feijão e outros cereais em 12 Estados separadamente (como Espírito Santo, Tocantins e Sergipe).
No caso do Rio de Janeiro, a análise inclui outras variáveis. A fuga de investimentos industriais nos anos 90, o “risco-violência”, que afeta os ganhos com serviços e turismo, e a guerra fiscal atingiram em cheio a região e o bolso do consumidor. A população do Estado do Rio, 14,7 milhões de habitantes em 2002, gasta em compras mensais só cerca de um terço do montante que os 38 milhões de paulistas dispensam.
Numa análise por classe social entre as regiões (Estados do Rio e de SP), verifica-se que as classes paulistas mais abastadas (A e B) têm gastos mensais de R$ 13,9 bilhões em todas as suas despesas e em impostos diretos. A classe de menor renda (E) soma um valor total de apenas R$ 460 mil.
Já no Rio, os ricos têm gastos muito menores (R$ 4,6 bilhões). Olhando para a base da pirâmide, a classe E fluminense também gasta menos que a paulista: R$ 254,8 mil.