Fonte
MÍDIA: jornal | VEÍCULO: Folha de São Paulo | DATA: 06/02/2000 | CADERNO: | PÁGINA:

Temas
Índices sociais
Índices de violência
Sensação de insegurança
Morar com medo

Notícia
Moradores de uma das metrópoles mais violentas do mundo, os paulistanos têm uma percepção da violência ainda maior do que ela realmente é. A consequência -ou a causa- é uma descrença cada vez maior na capacidade da polícia de prevenir os crimes e de identificar e prender os culpados. É o que mostra pesquisa Datafolha, feita em dezembro do ano passado, sobre as condições de segurança entre os habitantes de São Paulo. O levantamento foi feito junto com a pesquisa de qualidade de vida na cidade. Os números mostram que, apesar de o percentual de pessoas assaltadas ou roubadas na cidade ter ficado estável nos últimos meses, 79% dos entrevistados achavam que esses crimes haviam aumentado em novembro passado. Só 18% opinaram que o número de furtos, roubos ou agressões continuou igual. Desde abril de 1999, o percentual de paulistanos de 16 anos ou mais (o universo da pesquisa) que dizem ter sido vítima de assalto, roubo ou agressão na cidade oscila entre 6% e 9%. Começou com 8%, foi a 9% em junho, oscilou para 6% em agosto e 7% em outubro, chegou a 8% na pesquisa de dezembro. O percentual é, sem dúvida, alto: projetando-se essas taxas sobre a população, o número absoluto de vítimas mensais desses crimes estaria próximo de 500 mil pessoas. Porém a tendência é de estabilidade. O clima de insegurança é tão grande que nada menos do que 81% da população acredita que tem grande chance de vir a ser assaltada na cidade. Outros 13% acham que a chance de assalto é média. Em 1999 a cidade bateu seu recorde, ultrapassando 5.700 homicídios no ano. Foram quase 500 mortes mais do que em 1998, ano que já registrava o recorde histórico e quando, pela primeira vez, São Paulo teve que conviver com mais de 5.000 assassinatos.

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