Associação quer novos critérios para uso de áreas
Publicado em 15 de julho de 2002 – Jornal do Brasil
A Sociedade de Amigos de Copacabana (SAC) quer que a prefeitura reveja os critérios para permitir a instalação de grades em prédios do bairro. De acordo com o presidente da associação de moradores, Horácio Magalhães Gomes, alguns condomínios, depois de avançar suas grades nas calçadas, ainda colocam vasos e bancos na área de pedestres, “criando uma verdadeira área de lazer”.
Na Avenida Delfim Moreira, 106, no Leblon, até uma lixeira da Comlurb foi incluída na área cercada do prédio.
“As lixeiras são de exclusividade de áreas públicas. essa deve ter sido desviada”, diz o diretor industrial da companhia, José Guimarães Bullos.
Dezenas de reclamações recebidas pela SAC em relação ao cercamento de áreas privadas confirmam a existência do problema detectado num estudo da arquiteta Sonia Ferraz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e noticiado ontem no Jornal do Brasil. A pesquisadora afirma que toda a sociedade paga um elevado preço pela segurança privada de poucos.
“Somos favoráveis a que os condomínios tomem providências no sentido de resguardar a segurança dos moradores. Mas essas grades devem obedecer a algum critério, caso contrário teremos a privatização dos passeios públicos em detrimento do direito de ir e vir dos pedestres”, opina Horácio. Representantes da SAC estiveram reunidos há menos de um mês com a Gerência de Licenciamento e Fiscalização, da Secretaria Municipal de Urbanismo discutindo o assunto, mas não chegaram a um acordo.
Outros exemplos do preço pago com dinheiro público pela segurança particular são as guaritas de concreto construídas por moradores e depois abandonadas na calçada. “Quando um posto policial é colocado na área, o trabalho de retirar as guaritas fica para a prefeitura”, comenta Sônia.