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MÍDIA: jornal | VEÍCULO: O Globo | DATA: 07/11/10 | CADERNO: Rio | PÁGINA: 32
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Privatização e terceirização da segurança
Notícia
O mapeamento das 250 maiores favelas do Rio revela que as milícias atuam em 105 delas. Com isso, já superam a maior facção do tráfico, que domina 66 comunidades.
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A análise indica que, enquanto a maior quadrilha de traficantes perdeu terreno com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades nas zonas Sul e Norte, milicianos vêm estendendo sua área de influência ao asfalto. Esse tipo de movimentação tem sido denunciada por moradores de diversas ruas de Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes,Vargem Grande e Ilha do Governador. Nesses bairros, grupos paramilitares oferecem “segurança patrimonial”, cobrando, por meio de cartas deixadas em casas e prédios, taxas diárias que chegam a R$ 2,20 por domicílio.
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Ao se analisar o mapeamento das 250 favelas, é possível perceber o gradual avanço dos milicianos em áreas antes ocupadas pelo tráfico. (…) Nessas comunidades, o enfraquecimento do tráfico abriu caminho para a entrada dos milicianos. Como a maioria desses grupos é integrada por agentes da lei, a expansão em territórios antes dominados pelas quadrilhas de venda de drogas conta, em muitos casos, com a simpatia de uma parcela dos moradores.
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O delegado Claudio Ferraz, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado(Draco), admite que o combate às milícias é complexo. Ele também faz projeções sobre o avanço desses grupos.
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Ele afirma que a tendência para a próxima década é que o tráfico fique cada vez mais enfraquecido, perdendo poder territorial. Em compensação, os grupos paramilitares tendem a ganhar espaço. (…)