Autora
Profª Drª Sonia Maria Taddei Ferraz
Co-autoras
Camila Bezerra Furloni – Bolsista de Iniciação Científica – PROPP/CNPq
Camila Siqueira Madeira – Bolsista de Iniciação Científica – FAPERJ
Colaboradora
Fabiana de Matos Carvalho Cabral – Arquiteta
Evento
– XI Encontro Nacional da ANPUR -Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional – Salvador, 23-27 de maio de 2005

Resumo

Este trabalho apresenta parte dos resultados da pesquisa sobre as alterações formais e funcionais na arquitetura residencial de alta renda em nome da proteção e da segurança. Essa alterações entendidas como conseqüência do crescimento da violência em grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro e São Paulo, caracterizam a primeira como “cidade das grades” e a segunda como “cidade dos muros“.
O trabalho aponta como estratégias espaciais de proteção e segurança têm provocado alterações significativas nas relações sociais e espaciais urbanas. Como resultado há uma dadas pela desconsideração, ou desrespeito, ao direito coletivo à cidade, o que dificulta, ou priva, o pleno uso coletivo dos espaços públicos.
Essas estratégias de apropriação dos espaços em nome da proteção privada, que muitas vezes se desdobram em custos onerosos para o erário público, o que acentua o investimento privilegiado nos bairros das elites. A idéia da violência crescente x necessidade de segurança a qualquer preço domina a vida nas cidades, provocando, em casos extremos, o total isolamento, através dos auto confinamentos, ou auto- aprisionamentos.
A apropriação privada dos logradouros públicos, seja pelo avanço dos limites dos lotes, ou pelo impedimento do livre acesso, por meio de flagrantes e freqüentes transgressões legais, acaba “naturalizada” pela incessante repetição que provoca uma consensualidade legitimadora.
Essas intervenções/estratégias confirmam, então, de forma generalizada, o modo como se desdobram no que chamamos de “custos sociais da segurança privada”, evidenciando o significado simbólico, não só do poder e dos privilégios de classe, mas, também do crescimento do medo e do pânico atribuídos ao incessante aumento da violência e dos conflitos sociais., Todos esses fatores são vistos como supostas justificativas que resultam em uma nova ética de ocupação e apropriação dos espaços das cidades e de sociabilidade.
A visível crise contemporânea da alteridade é intensificada por movimentos de individuação que fica caracterizada pela rejeição ostensiva e agressiva e desprezo pelo “outro”, e pelos “outros”. Este comportamento se traduz em alterações nas tipologias e nos inúmeros elementos e equipamentos residenciais e urbanos, atribuídos à indispensável necessidade de proteção e segurança privada.
Pesquisa financiada pela FAPERJ -Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro

Skip to content